Prêmio Jayme Vazquez |
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III Prêmio Jayme Vazquez A Natural Comunicação, empresa que desenvolve o SIA Borracha Natural Brasileira, promoveu em 2010 o III Prêmio Jayme Vazquez para a Melhor Tese ou Dissertação sobre Heveicultura no Brasil. O prêmio tem como objetivo estimular a pesquisa e produção científica, e reconhecer talentos que se dedicam ao estudo da heveicultura nacional. A premiação é concedida a cada dois anos. Os resultados são divulgados no Encontro Nacional da Borracha Natural, evento paralelo à Feira Internacional de Tecnologia, Máquinas e Artefatos de Borracha (Expobor), que aconteceu no dia 16 de abril, na cidade de São Paulo. Podem participar mestres e doutores que tenham defendido seus trabalhos de pesquisa em programas de pós-graduação de todo o país, reconhecidos pelo Ministério da Educação. A temática deve ser relativa à heveicultura nacional, divididas nas categorias: Botânica, Ciência Florestal, Economia Rural, Engenharia Agrícola, Entomologia, Extensão Rural, Fisiologia Vegetal, Fitopatologia, Fitotecnia, Genética e Melhoramento de Plantas, Solos e Nutrição Vegetal. Os trabalhos são avaliados por uma comissão julgadora designada pela Natural Comunicação e composta de dois representantes da comunidade científica e um representante técnico do setor. Se prepare para a próxima edição, em 2012! Leia a reportagem sobre o vencedor da terceira edição do Prêmio (2010).
Biografia Jayme Vazquez Cortez, engenheiro agrônomo que esteve à frente dos esforços para a introdução do cultivo da seringueira no Brasil e um dos maiores incentivadores da expansão da cultura no país. Condutor e participante do setor há 54 anos, nasceu na cidade de Santos, Estado de São Paulo, no dia 25 de agosto de 1924. Filho de Jaime Vazquez Martinez e de Benedicta Cortez Vazquez, ingressou na Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq/USP) no ano de 1943 e permaneceu na universidade até 1947. Doutorou-se na mesma em 1961. Iniciou o primeiro contato com cultura da seringueira em 1951, quando foi convidado para ser chefe da estação experimental para pesquisas com plantas tropicais, que seria construída no litoral paulista pelo Instituto Agronômico de Campinas, e instalou, em Campinas, os primeiros viveiros de produção de mudas de seringueira. No mesmo ano, o Brasil importava, pela primeira vez, a borracha natural. No ano de 1954, o governo Jânio Quadros tomou uma medida que bloqueou todos os investimentos, resultando na suspensão do programa de seringueira. Na época, Jayme foi transferido para a área de fomento da Secretaria da Agricultura, onde, à pedido do diretor geral do Departamento da Produção Vegetal da Secretaria da Agricultura, Cassiano Gomes dos Reis, juntamente com Raul Gomes Paranhos, fez um relatório sobre a importância da seringueira para o litoral paulista. O documento foi aprovado e resultou na instalação dos primeiros viveiros de seringueira na região. A partir da iniciativa, o IAC também retomou as pesquisas na área de seringueira. A idéia foi ampliada e, em 1955, Jayme, Paranhos e o IAC unificaram os seus interesses e conseguiram, oficialmente, a aprovação para o desenvolvimento da seringueira no litoral paulista. Por meio do Serviço de Expansão da Seringueira, ligado ao departamento de Produção Vegetal, no ano de 1957 foram instalados 40 viveiros no litoral de São Paulo, de Iguape até Ubatuba, sob a supervisão direta de Jayme. Em 1958 realizou um estágio na América Central, que permitiu a conscientização de que havia um fator climático condicionando o desenvolvimento da doença mal-das-folhas e que poderia impedir o plano de fomento da seringueira no Estado de São Paulo. A doença foi identificada no litoral paulista em fevereiro de 1960, causando desânimo generalizado. Até então, o seu efeito só era conhecido na região amazônica, a ocorrência resultou num desânimo generalizado. No entanto, já havia cerca de 600 mil mudas prontas para o plantio nos viveiros. Contrariando a opinião dos fitossanitaristas da época, que aconselhavam a queima da todos os viveiros para impedir a disseminação da doença, Jayme e João Jacob Hoelz, outro grande incentivador do cultivo de seringueira no Brasil, conseguiram garantir a distribuição gratuita de todo o material para plantio no planalto de São Paulo. A operação constituiu-se na maior experiência agronômica do Estado, uma vez que permitiu a instalação de 100 pontos diferentes de avaliação e garantiu o cultivo da seringueira no Brasil entre 1960 e 1964, resultando nas chamadas “área de escape” (no Brasil) ou “área não-tradicional” (em outros países). Após a distribuição de mudas, o Programa de Seringueira foi desativado. Com a iniciativa de João Jacob, em 1967, foram instaladas mini-usinas no planalto de São Paulo para beneficiar a borracha produzida nas pequenas plantações da região. O Programa Seringueira foi reativado em 1975, sob a total responsabilidade de Jayme. Pela segunda vez o destino da expansão do cultivo da seringueira no Estado de São Paulo vai ao encontro de Jayme. De 1975 a 1990, ocorreu a expansão dos seringais no Brasil. No entanto, no ano de 2000, a expansão já estava estagnada. Já aposentado da área publica (gerente do Programa de Seringueira da CATI em 1989), assumiu a presidência da Câmara Setorial da Borracha Natural da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo. Em decorrência do desânimo que havia no setor a partir de 1997, os plantios estavam praticamente parados. Ainda ocupando a presidência da Câmara Setorial da Borracha Natural e a vice-presidência da Apabor (Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha), pela terceira vez procurou catalisar um movimento para o aumento da produção dentro da Secretaria da Agricultura, mas a intenção foi frustrada pela negativa do governo. Inconformado, assume de “moto próprio” a coordenação do que hoje é conhecido como “Plano de Expansão da Cultura da Seringueira no Estado de São Paulo”, programa que tem como meta plantar mais 250.000 hectares de seringueira até o ano de 2020. Assumiu em 2004 a presidência da Apabor e, em 2007, foi reeleito para o cargo. * Jayme Vazquez Cortez faleceu em 15 de agosto de 2011.
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