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Clima e preço proporcionam maior rentabilidade no campo em 2022 (conteúdo aberto) PDF
31/01/2022

Chuvas no começo da safra estão recuperando árvores que foram atingidas pelas geadas no ano passado

Camila Gusmão

Um ano muito promissor para o heveicultor - essa é a perspectiva do setor heveícola para o ano que está começando. As constantes chuvas nas regiões produtoras e a disparada do preço são os principais motivos para o otimismo.

“O rendimento da seringueira hoje pode ser equiparado ao da soja. É a nossa ‘menina dos olhos’”, comenta Fábio Magrini, presidente da Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha (Apabor), com sede em São José do Rio Preto, no noroeste paulista.

LATEKS/ Heiko Rossmann

Rentabilidade da cultura da seringueira pode ser equiparada à da soja

Para Magrini, o ano de 2021 foi muito bom. Apesar de poucas chuvas, houve apenas uma pequena queda da produtividade, e não aconteceu mais nada para atrapalhar a produção no campo, como as medidas que visavam conter a disseminação do novo coronavírus (SARS-CoV-2), responsável pela pandemia de Covid-19, adotadas pelo poder público em 2020, por exemplo. A quebra de produtividade causada pelo clima não favorável foi compensada pelo preço mais alto.

“A safra atual começou bem, com índices de chuva maiores do que em 2021. Isso anima muito o produtor! Perde-se um pouco de (dias de) sangria, mas vemos a recuperação de muitas árvores que sofreram com a geada no ano passado”, explica o presidente da Apabor.

Segundo Magrini, a compra de borracha natural pelo ‘mercado leve’ aumentou, mas não é contínua e de longe nem se aproxima do volume do setor pneumático.

“A questão do preço está um pouco assustadora. Eu acredito que seja uma bolha, que o preço atual não é uma realidade para a borracha natural. Talvez esteja assim pela falta da matéria-prima, porque aumentou a concorrência, e algumas empresas precisaram de mais borracha natural para cumprir contratos”, destaca.

Segmento de beneficiamento

Ricardo Machado Fontenla, diretor da ASK Trading, usina de beneficiamento instalada em Mirassol, o ano passado foi bom porque o custo de importação da borracha natural subiu muito, impulsionado pela forte alta do frete marítimo. Assim, a procura pela borracha natural nacional aumentou muito, e os preços subiram. Por outro lado, a alta trouxe uma instabilidade muito grande ao segmento de beneficiamento.

“Acredito que 2022 será forte, pois estão todos se preparando e fechando contratos mais caros justamente para garantir o volume de compra nacional e, assim, depender menos da importação. A borracha nacional é limitada, e uma empresa acaba disputando a compra com outra, fazendo o preço subir. Novos seringais são abertos, mais trabalho no campo”, afirma Fontenla.

O preço de referência para o Granulado Escuro Brasileiro tipo 10 (GEB-10) durante o bimestre dezembro-janeiro, divulgado pelo portal Borracha Natural, é de R$ 10,68 por quilo, um aumento de 9,1% sobre o bimestre anterior. O preço para o bimestre fevereiro-março é de R$ 10,97, ou 2,7% mais alto do que o preço corrente. Por se tratar de um preço de referência, as empresas utilizam este valor como um parâmetro durante a negociação de compra e venda.

Chuvas recuperam árvores

Em 2021, o mercado estava ‘bagunçado’, de acordo com Marcos Roberto Murbach, engenheiro agrônomo e diretor técnico da São Manoel, usina de beneficiamento de borracha natural com sede em Neves Paulista, a cerca de 30 quilômetros de São José do Rio Preto.

“Mercado ‘bagunçado’ devido à falta generalizada de insumos, somado à inflação sobre os mesmos, afetando toda a cadeia produtiva, tanto em capacidade de produção como por faltas pontuais de componentes”, explica Murbach.

Marcos Roberto Murbach

Plantação de seringueira atingida por geada em Iturama (MG)

O frete marítimo se apresentou como o principal vilão da história. Como consequência da redução de navios disponíveis em decorrência da pandemia de Covid-19, além da disponibilidade limitada de contêineres, o custo do frete internacional registrou uma significativa alta, chegando a superar cinco vezes o valor registrado no período pré-pandemia em alguns casos.

Segundo Murbach, quando teve início a safra atual, em setembro do ano passado, o preço praticado na comercialização do GEB-10 se afastou do preço de referência GEB-10 SP, inflacionando também os preços no campo. Hoje, essa margem adicional da usina está sendo repassada para o produtor rural, que chega a receber acima de 90% do preço de referência.

“Esta situação deve se acalmar com a chegada do pico de safra, a partir de fevereiro ou março, e só se normalizará com a normalização do frete marítimo... sabe-se lá quando”, afirma.

Marcos Roberto Murbach

Chuvas promovem recuperação da copa das seringueiras de Iturama

Murbach também apontou o clima como um dos problemas enfrentados pelo setor heveícola no ano passado. Intensas geadas afetaram cerca de 10% das plantações de seringueira da região centro-sul do Brasil.

“A minha visão para este ano é: preços bons e rentabilidade muito boa. Considerando os últimos 10 anos, tenho certeza que 2022 será o ano mais rentável para a atividade, por conta dos bons preços internacionais somado ao custo do frete internacional. Estamos com o mês de janeiro bastante chuvoso, usinas parcialmente desabastecidas e processando coágulo verde, o que causa perda do rendimento do forno e aumento do custo de beneficiamento. Ninguém está conseguindo fazer estoque para maturar o coágulo e, com isso, reduzir o consumo de gás. Eu acredito que a partir de fevereiro muitos dos seringais afetados pela geada, que hoje estão parados, voltarão a produzir”, finaliza.

 


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