Heveicultor teve sete hectares de seringueira destruídos pelo fogo (conteúdo aberto) |
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17/05/2022 | |
Seguro rural tem subsídio de até 75% para heveicultores paulistas Camila Gusmão Estamos entrando no período mais seco do ano e com mais ventos, o que torna o cenário propício para a ocorrência de incêndios como o acontecido em setembro do ano passado no município de Urupês, a cerca de 50 quilômetros de São José do Rio Preto. A área plantada com seringueira pertence a Eduardo Gentile, engenheiro agrônomo e heveicultor, que na ocasião teve sete hectares queimados. Divulgação O prejuízo só não foi maior porque o heveicultor havia contratado um seguro com subsídios dos governos federal e estadual. Na época, a apólice havia sido cotada com um valor total de R$ 15.550, mas o valor desembolsado por Gentile representou uma fração disso. Com os subsídios, o produtor pagou efetivamente um terço do valor total, ou R$ 4.276. O incêndio teve início em outro município, Irapuã, em uma quarta-feira, na beira da rodovia. Após um tempo, atingiu a propriedade vizinha, onde havia palhada seca de cana-de-açúcar. Quatro dias depois, o fogo se aproximou do seu seringal. Mesmo sendo avisado por um empregado, como reside em São José do Rio Preto, o fogo já tinha tomado toda a plantação até o heveicultor chegar na propriedade. “O pessoal da Usina Itajobique, que faz divisa com a seringueira, não conseguiu apagar. Foi muito rápido e intenso. Após cerca de dez minutos já havia varrido tudo, quase pegando fogo na casa”, conta Gentile. Divulgação De acordo com o heveicultor, existe um trabalho de prevenção realizado com a manutenção da floresta limpa, carreadores e aceiros nas divisas, e para combate ao incêndio, um tanque que não se prestou para conter a propagação das chamas. “A Usina, com toda a sua estrutura de combate de 20 caminhões bombeiros, não conseguiu conter o fogo também, e nem me ajudar. A orientação foi sair imediatamente da área para não morrer. Não havia mais o que ser feito para controle do incêndio. A dica é contratar um seguro”, recomenda. Gentile conta que vinha acompanhando secas prolongadas nos últimos três anos, muitos casos de incêndio na região e teve conhecimento da Ncred Seguros, uma corretora de seguros com especialidade em seringueira. “Então, como a safra passada foi muito boa, eu me animei em fazer esse investimento no seguro, já que o risco de incêndio estava aumentando com a chegada da seca. Para minha sorte, no ano que resolvi contratar o seguro pela primeira vez, ocorreu o incêndio”, disse. O heveicultor começou a investir em seringueira no ano de 2009, quando havia se formado em engenharia agronômica, e iniciou a sangria há cerca de seis anos. A área de seringueira substituiu o cultivo de cana-de-açúcar. Ao todo, foram plantados 43 hectares de seringueira em Urupês e 48 hectares em Tabapuã. Segundo Heitor Moreira, corretor da Ncred Corretora de Seguros, o subsídio federal é de 40% do valor total do custo do seguro. Para os produtores paulistas, tem também o subsídio estadual de 35%. Ou seja, em uma cobertura total de seguro florestal, o heveicultor precisará desembolsar apenas 25% do custo da apólice, estando protegido contra incêndio, ventos fortes, granizo, geada e queda de aeronaves. “Na contratação nova de um seguro não é certeza de que ele receberá o benefício do governo, porém, todos os seguros que fechamos para produtores no ano passado até junho tiveram os dois benefícios”, conta. O produtor não pode possuir qualquer restrição junto ao Estado de São Paulo ou à União para conseguir os subsídios. Além disso, na soma de apólices de outras florestas, não pode superar o valor de subsídio de R$ 60 mil na esfera federal e de R$ 25 mil no nível estadual. “O heveicultor não deve esperar a seca para contratar o seguro, pois não tem sentido esperar e pagar mais caro sem os subsídios. O produtor de borracha deve se antecipar e contratar, se possível, até o final de maio, pois é o período que mais se tem chance de conseguir os subsídios”, explica. Para este ano de 2022, a seguradora e a Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha (Apabor) atualizam um estudo sobre o custo de investimento para a implantação de um seringal. “A parceria da Ncred com a Apabor abriu a possibilidade de contratação manual via matriz de um valor superior de cobertura por hectare disponível de forma automática no sistema da companhia seguradora - hoje de R$ 20.980,50. Assim, mesmo sendo uma contratação mais lenta, o heveicultor terá a opção de valor maior de cobertura de acordo com a sua necessidade”, finaliza.
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