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Corte seco ou necrose? Entenda o que é secamento de painel (conteúdo aberto) PDF
07/11/2024

Camila Gusmão

Quem nunca se deparou com aquelas cascas saindo da seringueira e ficou na dúvida sobre o que seria? Será problema de excesso de sangria, corte seco ou necrose? Esse tema será desmistificado pelo engenheiro agrônomo especializado em seringueira, Cassio Scomparin, na 14ª edição do Ciclo de Palestras sobre a Heveicultura Paulista que será realizado nos dias 21 e 22 de novembro.

Arquivo/ Cassio Scomparin

Aspecto da casca da seringueira doente

Segundo Scomparin, quando se fala em corte seco todo mundo associa o problema com a explotação, excesso de sangria ou excesso de estimulação, porém, o que pouca gente conhece é que se trata de uma doença fisiológica que é a necrose da seringueira que se desenvolve do ponto do enxerto para cima seguindo o mesmo ângulo dos vasos laticíferos.

“Tem uma série de reações químicas e problemas que ocasionam essa doença e que em árvore cavalo, por exemplo, que é aquela que não foi enxertada, não tem. Então como a gente tem uma série de ligações fisiológicas de duas plantas no enxerto, obviamente que essas ligações não são perfeitas, e, por algum estresse, essa planta desenvolve essa necrose. A necrose começa quando uma célula, que tem dentro dela uma substância química tóxica chamada linamarina, que faz parte de todo processo da seringueira e ajuda a produzir o látex, por algum motivo essa planta ficou sem água e essa substância saiu o que causa uma reação em cadeia destruindo as células de baixo para cima no mesmo ângulo dos vasos laticíferos”, explica o engenheiro agrônomo.

Arquivo/ Cassio Scomparin

Aspecto de árvore sadia, sem nenhuma mancha sob a casca

E, o principal fator de estresse e que ocasiona essa perda de água na célula é a compactação de solo, e não somente durante o período de produção, mas principalmente no período de crescimento. “Às vezes você teve uma compactação de solo muito forte e no Brasil os produtores não costumam passar grade nem subsolador no seringal em solos extremamente compactados o que não entra nem água, imagine adubo, calcário e também não tem raiz superficial porque não tem água. Então é uma confusão entre necrose e corte seco”, comenta Scomparin.

O corte seco real é quando com o excesso de sangria ou de estimulação e seca as reservas de sacarose da planta, no caso da necrose é uma doença de casca e vai danificando toda a casca e os vasos laticíferos da árvore. Para finalizar, o especialista explica que essa doença não tem cura, mas tem como prevenir desde o plantio com um bom preparo do solo. E, quando surge a necrose, o produtor consegue ‘cercar a doença’ fazendo balanceamento de painel.

“A diferença é que ela sobe pela casca, então se você corta a árvore para a sangria de cima para baixo e em determinado momento você vai de encontro com essa doença, e não produz mais nada. Mas, de certa forma você protegeu a parte inferior, porque é uma porcentagem pequena das árvores com essa doença que terão essa doença na parte alta da árvore. Então na palestra vou explicar melhor o que é necrose o que é corte seco desmistificar porque tem muita gente que acha que aquelas cascas soltando é fusário, tem fato tem fusário ali, mas é oportunista, ele fica na casca morta”, destaca Scomparin.

Organizado pela Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha (Apabor), o Ciclo de Palestras acontece em São José do Rio Preto, no noroeste paulista.

Mais informações e inscrições no hotsite do evento


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